CRUZAMOS FRONTEIRA
Na primeira semana de novembro estivemos em San Cristóbal de las Casas, Chiapas, México, para um Encontro latino-americano de grupos que trabalham com mulheres e com representantes de grupos semelhantes da Noruega, sob a coordenação e organização da Fokus, que é uma organização que responde pelos interesses da mulher norueguesa.
Nesse Encontro foi escrito um documento que nós nos comprometemos enviar para grupos e instituições, órgãos públicos e governamentais e para os meios de comunicação, para ser divulgado, discutido e publicado neste próximo dia 25 de novembro: Dia Contra o Femicídio.
Segue a tradução do documento que foi assinado por todas as representantes dos diversos grupos presentes.
RESOLUÇÃO DAS MULHERES EM CHIAPAS
As mulheres participantes da Conferência “Cruzamos Fronteiras” , em San Cristóbal de Las Casas, Chiapas, México, realizada de 4 a 8 de novembro do ano em curso, inspiradas, comprometidas e solidárias com as reivindicações e denúncias da mulher em geral, em busca da construção de um mundo mais humano, solidário, democrático e eqüitativo, queremos reivindicar justiça no nível nacional e internacional. É por isto que condenamos as violações dos direitos humanos e pedimos sua penalização.
Lutamos contra:
- O aniquilamento de nossas culturas, identidades e cosmovisões.
- A violência sexual contra a mulher, a menina e o menino
- A violência social
- A violência do Estado contra os Direitos das Mulheres.
- A violência armada.
- A expulsão de suas terras e a retirada da mulher, da menina e do menino indígenas e não indígenas.
Denunciamos:
- Os estados e governos latino-americanos, que violam os direitos humanos, reprodutivos e sexuais ao não cumprirem com os compromissos assumidos em: A Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher, A Conferência Internacional de População e Desenvolvimento no Cairo, A Plataforma de Ação para Mulheres em Beijin, A Convenção de Belém do Pará contra A Violência Sexual. Exigimos que se cumpram.
- As Violações de centenas de milhares de nós ocorridas em nossos lares, locais de trabalho, centro de refugiados de população indígena e não indígena por: políticos, militares, religiosos, patrões, que gozam de impunidade. Exigimos penalização exemplar dos violadores e ressarcimento das vítimas.
- Os Estados que nos castigam com códigos penais desumanos e por isto exigimos políticas e leis que nos protejam, como a despenalização do aborto.
Esta luta a levamos adiante por respeito a nossas identidades no campo educativo, cultural, organizativo, político, social e econômico, com o propósito de erradicar a opressão e a discriminação. CRUZAMOS FRONTEIRAS! Basta de injustiça e opressão! Nós mulheres exigimos: “PAZ, JUSTIÇA E EQUIDADE” San Cristóbal de las Casas, Chiapas, 8 de novembro de 2002.
AMIGAS DO PEITO
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