Imprensa – Bíbi trocou o Brasil pela Argentina. Por Amor.

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AMAMENTAÇÃO NA IMPRENSA

Bíbi trocou o Brasil pela Argentina. Por Amor.

Jornal da Tarde 13/4/2003 – Fotos Arquivo/AE
Bíbi Vogel foi hippie na versão paulista de ‘Hair’, uma montagem antológica que o diretor Altair Lima segurou em cartaz de 1969 a 1972.
Estreou na tevê como Natália, a namorada antipática de Nino, protagonista da novela ‘Nino, o Italianinho’ (Tupi, 1969).
Apesar do sucesso como atriz, Bíbi não conseguia esquecer os tempos em que cantava nos Estados Unidos, no início da década de 60. “Soltava a voz e me sentia levitar”, lembra. Começou cantando na noite de Nova York como vocal do grupo Sérgio Mendes e Brasil 66. “Parti para os EUA para seguir os passos de um grande amor”, diz. Até a hora de o navio partir, os pais da moça, um casal de alemães que havia fugido para o Brasil por causa da 2ª Guerra, foram contra a idéia. Mas ela já havia decidido: ia casar com o americano Bill Vogel.

Mais difícil que viver na terra do Tio Sam, foi fazer com que os colegas dissessem seu apelido corretamente: Bíbi, com acento no primeiro “í”.
Naquela época só a chamavam de Sylvia, a menina que adorava jogar frescobol no posto 4 de Copacabana, no Rio, onde nasceu.

Sylvia Dulce Kleiner também era a Olívia Palito. “Na rua me chamavam assim, porque eu era muito magrinha”, conta. “Todos achavam que eu poderia ser manequim”. Mas Bíbi decidiu estudar na Escola de Belas Artes para ser professora de desenho. “Naquele momento eu tive muito contato com a arte e descobri que seria atriz.”

Bíbi também morou na Europa. Aprendeu inglês, francês, espanhol e alemão. Trabalhou em uma fábrica de balas na Holanda e foi até lanterninha de cinema na Inglaterra. “Quando voltei ao Brasil, vi que meu trabalho musical não tinha muita repercussão aqui”, conta. “Mas gravei alguns compactos, aqueles pequenos discos de vinil.”

A tevê se encarregou de lhe trazer a fama: na década de 70 Bíbi já posava como estrela global. Até que seu coração, outra vez, ordenou que ela deixasse o País. Em 1977, depois de gravar a novela ‘Espelho Mágico’, Bíbi fez as malas e partiu para Buenos Aires, na Argentina, onde mora até hoje.

“Estava apaixonada”, justifica. “Achava que continuaria sendo atriz em qualquer lugar do mundo, mas hoje me arrependo”. Apesar da felicidade conjugal, Bíbi só conseguiu atuar na Argentina em 1996, quando o SBT firmou uma parceria com aquele país para montar ‘Antônio Alves, Taxista’.
Em 1997, Sílvio Santos voltou a investir na sociedade com a Argentina e lançou ‘Chiquititas’, último trabalho de Bíbi na tevê. “Agora estou acertando com uma emissora de tevê paga para ser narradora.”

Planos futuros, Bíbi prefere não fazer. “Quero me concentrar no presente”, diz ela, que se recupera de um câncer que lhe tirou o estômago e partes do intestino e do baço, em 2001.”Espero recuperar o peso e a saúde para trabalhar, mas não sei quanto tempo pode levar.”

Apesar da doença, Bíbi continua tão dinâmica e engajada quanto em 1980, quando fundou o ‘Amigas do Peito’, no Rio. “Era um clube de mães, para estimular a amamentação, com base em troca de experiências”, explica. Na época, a entidade, que existe até hoje, era uma novidade para um país onde pouco se sabia sobre ONGs.
Na Argentina, Bíbi participa da ‘Asamblea Permanente por los Derechos Humanos’, um dos primeiros organismos a lutar pelos direitos humanos naquele país.

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